Creative Space:(Re)imagine

BY / POR ISABELA PÉTALA

In a country where only 4% of waste is recycled, RatoRói has established itself as one of the pioneering companies in the reuse of materials for very different purposes: from sunglasses to coatings for civil construction. 

A lot has been said about sustainability and its importance — true. However, the rapid decline in nature, climate and raw material availability in recent years shows us that the lack of action to resolve these issues still leaves something to be desired. Fortunately, it is projects like RatoRói that subvert this logic and show that hope for a more environmentally aware reality is not lost.

With a little more than a decade of history, the initiative was founded in 2012 by designer Flávia Vanelli who, later, received the collaboration of historian and designer André Guse Barbi. Currently, the company is made up of three partners, including the architect and circularity specialist Alexandre Gobbo Fernandes, and the participation of designer Ana Machado Pradi. “We develop products and materials intended for commercial and corporate architecture and visual merchandising, which offer support to architects and construction companies in the design of more sustainable and healthy spaces,” says Flávia.

Such mission is beyond urgent, yet challenging. According to data from Agência Brasil, in 2023, in a country with a population of over 210 million inhabitants, each person produced, on average, 343 kilos of trash. Per year, this totals around eighty million tons of waste. In Brazil, only 4% of this material is recycled, according to the Brazilian Association of Public Cleaning and Special Waste (Abrelpe).

“Our initial motivation came from a concern about the amount of plastic waste generated annually,” says Flávia. “As agents for change, we have established solid collaborations with waste management companies, cooperatives, small recyclers, the plastics industry and industries in general. Our ongoing goal is to reduce the amount of waste going to landfills and prevent it from dispersing into the environment, especially into rivers and oceans.”

How will it be possible for the solution actually to be made viable? Flávia explains: “We build partnerships and seek well-rounded solutions, ranging from the initial handling of plastic waste to the development of the final product,” she says. She cites the example of sunglasses made in collaboration with the brand Sagui, made from reused toothpaste and food packaging (in the picture).

Until last year, Flávia Vanelli says that the approach was predominantly laboratory-based, that is, focused on creating sustainable and innovative materials and products on demand, promoting chains of reuse of materials that would otherwise be discarded in landfills. However, in 2024, the designer envisions expansion on a pilot scale, including a larger HQ building and additional equipment, always preserving the company’s creative essence, but expanding its capacity for innovation. To this end, RatoRói’s headquarters, currently at the Novale Hub Innovation Center, in Jaraguá do Sul, Santa Catarina, Brazil, will move to a new building integrated into the city’s innovation complex, which has a more industrial inclination.

The company, which has also worked with brands such as Havaianas, C&A and Bradesco, aims to expand its reach, getting to a greater number of partner cooperatives and recyclers, and promoting the internal growth of new talents. “With these goals achieved, we intend not only to consolidate Rato’s position as a pioneer of the circular agenda, but also inspire other people and companies to follow a similar path towards a more abundant, joyful, fair and regenerative future.”


(Re)imagine

Em um país onde apenas 4% do lixo é reciclado, a RatoRói se firma como uma das empresas pioneiras no reaproveitamento de materiais para os mais diversos fins: desde óculos de sol até revestimentos para construção civil.

Muito se fala sobre sustentabilidade e sua importância, é verdade. No entanto, o rápido declínio da natureza, do clima e da disponibilidade de matéria prima nos últimos anos mostra que a falta de ação para solucionar essas questões ainda deixa a desejar. Felizmente, são projetos como o RatoRói que subvertem essa lógica e mostram que a esperança em uma realidade mais consciente não está perdida.  

Completando pouco mais de uma década, a iniciativa foi fundada em 2012 pela designer Flávia Vanelli, que, mais tarde, recebeu a colaboração do historiador e também designer André Guse Barbi. Atualmente, a empresa é composta por três sócios, incluindo o arquiteto e especialista em circularidade Alexandre Gobbo Fernandes e a designer Ana Machado Pradi. “Desenvolvemos produtos e materiais destinados à arquitetura comercial, corporativa e visual merchandising, que oferecem suporte a arquitetos e construtoras na concepção de espaços mais sustentáveis e saudáveis”, conta Flávia.

 Uma missão para lá de urgente, no entanto, desafiadora. Segundo dados da Agência Brasil, em 2023, em um país de população superior a 210 milhões de habitantes, cada pessoa produziu, em média, 343 quilos de lixo. Por ano, isso totaliza cerca de oitenta milhões de toneladas de resíduos. No Brasil, somente 4% desse material é reciclado, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).

 “Nossa motivação inicial surgiu da inquietação em relação às toneladas de resíduos plásticos gerados anualmente”, conta Flávia. “Como agentes de mudança, estabelecemos colaborações sólidas com gestores de resíduos, cooperativas, pequenas recicladoras, indústria de plástico e empresas no geral. Nosso objetivo contínuo é reduzir a quantidade do que é destinado a aterros sanitários e evitar a dispersão no meio ambiente, especialmente em rios e oceanos.”

Como é possível que a solução seja de fato viabilizada? Flávia explica: “Construímos parcerias e buscamos soluções completas, abrangendo desde o manuseio inicial dos resíduos plásticos até o desenvolvimento do produto final”, diz. Ela cita o exemplo dos óculos de sol feitos em colaboração com a Sagui, construídos a partir de embalagens reaproveitadas de creme dental e alimentos (na foto).

Até o ano passado, Flávia Vanelli conta que a abordagem era predominantemente laboratorial, ou seja, focada na criação de materiais e produtos sustentáveis e inovadores sob demanda, promovendo cadeias de revalorização de matérias que, de outra forma, seriam descartadas em aterros. No entanto, para 2024, a designer vislumbra uma expansão com escala piloto, contemplando uma matriz mais ampla e equipamentos adicionais, sempre preservando a essência criativa da empresa, porém ampliando sua capacidade de inovação. Para isso, a sede da RatoRói, atualmente no Centro de Inovação Novale Hub, em Jaraguá do Sul, Santa Catarina, irá se mudar para um novo edifício integrado ao complexo de inovação da cidade, com uma orientação mais industrial.

A empresa, que também já trabalhou com marcas como Havaianas, C&A e Bradesco, tem como meta expandir o seu alcance, atingindo maior número de cooperativas e recicladoras parceiras, e promover o crescimento interno de novos talentos. “Com esses objetivos conquistados, pretendemos não apenas consolidar a posição da Rato enquanto pioneira de uma agenda circular, mas também inspirar outras pessoas e empresas a seguir um caminho semelhante em direção a um futuro mais abundante, alegre, justo e regenerativo.”

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