Questions for: Clare Press

Clare Press is sustainability editor at Vogue Australia. She also presents the Wardrobe Crisis podcast, where she interviews designers, change-makers, academics and creatives about ethics, sustainability, fashion business and the politics of personal style.

When did your story with sustainable fashion begin?

I’ve been a fashion journalist for twenty years, but now I focus purely on sustainable fashion. I was made Vogue’s first sustainability editor last year. For me, the catalyst was Rana Plaza. (On April 24th, 2013, the Rana Plaza garment factory complex in Bangladesh collapsed, killing 1138 people, injuring about 2500 more and leaving 800 children orphans.) I realized that there was something wrong with the system. So I asked myself: did fashion cause all this? And as I work in fashion, what can I do? Then I decided to use my platform to ask questions about how fashion can do better for people and the planet.

 Why is there a crisis happening in our wardrobes?

The title of my podcast and book, Wardrobe Crisis, speaks of our collective wardrobe crisis. Global clothing production has doubled in fifteen years. We have lost the connection with how our clothes are made, and in doing so we’ve become increasingly wasteful. Consumerism has gone mad. We’ve been trained to buy things we don’t need –  in some cases don’t even want – then to throw them away, and get more. We call this “retail therapy” – but I would argue that it doesn’t make us happy.  

How could fashion become a sustainable and circular industry?

We need to get better at recycling. In 2017, less than one percent of used clothing was recycled into new clothing, shredded and re-spun to be turned into new fibre. We also need to get better at keeping clothes in use for longer. We’re getting there, with the growth of the recommerce sector, and the increasing interest in upcycling and mending. And we need to develop and fast-track new ways of accessing fashion that discourage disposability, such as fashion rental. That’s already happening too. We’re getting there!

 As consumers, what can we do to help?

We have considerable power as consumers. After all, if we choose not to buy unsustainable fashion and products in general, companies won’t be able to sell them. The phrase “vote with your wallet” is a good one. Do your research and support brands making ethically, giving back, trying to reduce their negative environmental impacts and using sustainable materials. Shop local. Buy second-hand. Rent clothes, mend them, swap them, love them – learn to appreciate them again!  

Do you believe ethical fashion will be the norm in the future?

I think Fashion Revolution is right to focus on transparency. If brands are looking to innovate in this space, the various accreditation bodies and processes are a great place to start – look at using GOTScertified organic cotton, for example, or seek fair trade partners.

How can we change the world?

Together. Grassroots change is happening everywhere, with ordinary people coming together to be the change they wish to see. Join movements, community groups, networks. And start your own – hold clothes swaps, tree planting sessions, zero waste workshops. Change is possible – it’s happening every day.


Clare Press é editora de sustentabilidade da Vogue Austrália. Ela também apresenta o podcast Wardrobe Crisis (Crise no Guarda-Roupa), em que entrevista estilistas, change-makers, acadêmicos e criativos sobre ética, sustentabilidade, negócios da moda e políticas de estilo.

Quando sua história com a moda sustentável começou?

Sou jornalista de moda há vinte anos, hoje totalmente focada na moda sustentável. Em 2018, fui nomeada a primeira editora de sustentabilidade da Vogue Austrália. Para mim, o catalisador foi o episódio do Rana Plaza (Em 24 de abril de 2013, a fábrica de roupas Rana Plaza, em Bangladesh, desabou, matando 1.138 pessoas, ferindo cerca de 2.500 e deixando 800 crianças órfãs). Percebi que havia algo errado com o sistema. Perguntei a mim mesma: o que eu, como profissional de moda, posso fazer? Foi então que decidi usar minha plataforma para levantar questões sobre como a moda pode melhorar o planeta e a vida das pessoas.

Por que há uma crise em nossos guarda-roupas?

O título do meu podcast e do meu livro, Crise no Guarda-Roupa, fala da crise coletiva do vestuário. Em quinze anos, a produção mundial de roupas duplicou. Perdemos a conexão com a forma como nossas roupas são feitas e, com isso, passamos a desperdiçar cada vez mais.  O consumismo enlouqueceu. Fomos treinados para comprar coisas das quais não precisamos – que, em alguns casos, nem queremos, depois jogá-las fora e comprar mais. Chamamos isso de “terapia  do varejo” – mas eu diria que isso não nos faz felizes.  

Como a moda pode se tornar uma indústria sustentável e circular? 

Precisamos melhorar a reciclagem. Em 2017, menos de um por cento das roupas usadas foi reciclado, ou seja: triturado e transformado em novas fibras para fazer roupas. Também precisamos aprender a manter nossas roupas em uso por mais tempo, por meio de brechós online, de upcycling e de reformas. E temos que desenvolver e acelerar novas maneiras de acessar a moda que desencorajem o descarte, como o aluguel de peças. A boa notícia é que tudo isso  já está acontecendo. Estamos chegando lá!  

Como consumidores, o que podemos fazer para ajudar?

Se escolhermos não comprar roupas e produtos insustentáveis, as empresas não conseguirão vendê-los. A frase “vote com sua carteira” vem a calhar. Pesquise e valorize marcas que trabalham de forma ética, que tenham algo a dar em troca, que tentem reduzir seu impacto ambiental usando materiais sustentáveis. Compre local. Compre de segunda mão. Alugue roupas, reforme-as, troque-as – aprenda a gostar delas outra vez!  

Você acredita que a moda ética será norma no futuro?

Acho que  transparência é o foco da revolução da moda. Para as marcas,  os processos de certificação podem ser um ótimo ponto de partida. Usar um algodão que esteja dentro do Padrão Global de Têxteis Orgânicos (GOTS), por exemplo, ou buscar parceiros que trabalhem na base do comércio justo.

 Como podemos mudar o mundo?

Precisamos nos unir! Una-se a movimentos, grupos comunitários, redes. E comece a fazer algo por conta própria – organize bazares de troca, mutirões para plantar árvores, workshops de desperdício zero. A mudança é possível  – ela já acontece todos os dias.

Previous
Previous

Questions for: Mariana Fonseca

Next
Next

Short Story: We need a revolution