Interview: Fashion Encounters

Instituto C&A’s new pathways for inclusion, diversity and income generation.

BY/POR PAULA JACOB

As it celebrates 34 years of existence, Instituto C&A has been consolidating its mission as an agent of social transformation. 

In 2022, the organization redefined its purpose focusing on issues such as social justice and productive inclusion. This new mission was not an isolated decision: “It was the result of a consultation process with more than 120 civil society organizations, as well as young people, entrepreneurs, activists, and C&A Brasil employees,” emphasizes Cyntia Watanabe, a leader at Instituto C&A and Senior Communications and ESG Manager at C&A Brasil. Based on these exchanges, three priority areas were defined: entrepreneurship, employability, and humanitarian support, always focusing on historically marginalized peoples and territories.

This shift in positioning brought the social pillar and the business closer, making it more strategic for the sector and consolidating itself as a platform for greater social inclusion and income generation. In 2025 alone, Instituto C&A allocated more than BRL 200 thousand to public calls and notices seeking talent among the country’s margins—both geographical and symbolic. One example is the “Arte do Norte” project, aimed exclusively at creators from the Legal Amazon. The "IC&A Open Doors: Fashion Retail School" is another such case, an initiative that was held in seven states and benefited people who were seeking training and formal employment in fashion.

“The connection with the C&A Brasil chain is through the IC&A&VC Community, which features forty signature brands, access to microcredit, visibility, mentoring, and the possibility of partnerships with C&A,” she explains. Another example is the Colabora Sustainable Fashion Festival, held in July of this year. Three thousand people were impacted in person and 280 thousand digitally, with the gathering of more than thirty brands and collectives, also promoting four fashion shows featuring emerging talent and ten panels. It was the perfect excuse to launch the first issue of Colabora Magazine: “We created a democratic and accessible space to foster discussions about the market and shed light on innovation and diversity.”

By fostering productive inclusion, Instituto C&A recognizes that entrepreneurship must be accompanied by real support—listening, training, and access. In 2024, the team carried out direct support initiatives, including mentoring, public notices, fairs, and training. One of the highlights was the Black FashionLab, which established ten Black-led brands with training in branding, circular fashion, pricing, and market access.

Regarding employability, Instituto C&A’s work has been equally strategic. “It acts as a link between people in socially vulnerable situations and the formal job market, especially through the C&A Brasil network, but also beyond retail,” she explains. The IC&A Open Doors program, for example, trained more than seven hundred people in 2024, with practical tracks focused on retail and visual merchandising. Of these graduates, approximately 20% were hired by C&A or its partners.

Therefore, IC&A FashionLab is one of the most robust and necessary initiatives—last year, more than forty brands participated, and approximately 60% reported an increase in process structuring and revenue generation. For the coming years, the goal is to grow responsibly: “We have a plan to scale this process, creating regional and thematic versions. The idea is to evolve into a methodology that allows beneficiaries to consolidate sustainable and socially impactful business models, with a higher level of business maturity.”

Bringing together diversity and social justice in a sector that is still marked by exploitation and environmental impacts is a challenge: “We work with strategic partners to ensure that each project advances in the development of fashion models that respect social and environmental limitations. In 2024, 66% of the projects sponsored by the Volunteer Program were in partnership with NGOs.”

All of this also permeates the communication of Instituto C&A, which uses the podcast Quero Viver de Moda. E Agora? [I Want to Work with Fashion. What Now?] to demystify this universe and present career possibilities beyond the classic figure of the fashion designer. It has already reached over 100 thousand listeners. And Stories Collective, which you are reading here and can also follow on the website and social media, is another example: “This content helps break down barriers to accessing information and opportunities, especially for people starting out in their careers,” says Cyntia.

With so many projects underway and impressive results, Instituto C&A is already assessing new directions for the coming years: “We are analyzing our operational strategy and understanding, based on indicators and closer ties to the business, how we can be more assertive and ensure greater impact in both depth and scale.” What is already clear is that volunteering will remain a pillar of our operations, as will productive inclusion as a non-negotiable commitment.

More than just an institutional slogan, the purpose to “build new futures through fashion” has proven to be a consistent project, changing lives and redefining the role of the industry. For a future where fashion serves as a bridge—not a barrier—for those who have always been marginalized.


Encontros da Moda

Os novos caminhos do Instituto C&A para inclusão, diversidade e geração de renda.

Ao completar 34 anos de atuação, o Instituto C&A vem consolidando seu propósito de construir novos futuros por meio da moda.

Em 2022, a organização reformulou seu propósito colocando no centro do debate questões como justiça social e inclusão produtiva. A nova missão não foi uma decisão isolada: “Foi fruto de um processo de escuta com mais de 120 organizações da sociedade civil, além de jovens, empreendedores, ativistas e colaboradores da C&A Brasil”, destaca Cyntia Watanabe, liderança do Instituto C&A como Gerente Sênior de Comunicação e ASG da C&A Brasil. A partir desse diálogo, foram definidas três frentes prioritárias: empreendedorismo, empregabilidade e voluntariado, sempre com foco em pessoas e territórios historicamente minorizados.

Essa mudança de posicionamento aproximou o pilar social do negócio, de forma que ele fosse mais estratégico para o setor e ainda se consolidasse como uma plataforma de maior inclusão social e geração de renda. Só em 2025, o Instituto C&A destinou mais de R$ 200 mil para chamadas e editais públicos que buscavam talentos nas margens — geográficas e simbólicas — do país. Um exemplo é o projeto “Arte do Norte”, voltado exclusivamente para criadores da Amazônia Legal. O IC&A de Portas Abertas: Escola de Varejo de Moda é outro caso, iniciativa que aconteceu em 7 estados e beneficiou pessoas que buscam capacitação e emprego formal na moda.

“A conexão com a cadeia da C&A Brasil se dá por meio da Comunidade IC&A&VC, que conta com quarenta marcas autorais, acesso a microcrédito, visibilidade, mentorias e possibilidade de parcerias com a C&A”, explica. Como aconteceu também no Festival Colabora Moda Sustentável, realizado em julho deste ano. Foram 3 mil pessoas impactadas presencialmente e 280 mil digitalmente, com a reunião de mais de trinta marcas e coletivos, promovendo ainda quatro desfiles de novos talentos e dez painéis. Foi a desculpa perfeita para lançar a primeira edição da Revista Colabora: “Criamos um espaço democrático e acessível para fomentar discussões sobre o mercado e trazer luz à inovação e diversidade.”

Ao promover tal inclusão produtiva, o Instituto reconhece que o empreendedorismo precisa ser acompanhado de suporte real — escuta, capacitação e acesso. Em 2024, a equipe realizou ações de fomento diretas, com mentorias, editais, feiras e formações. Um dos destaques foi o Black FashionLab, que estruturou dez marcas lideradas por pessoas negras com formações em branding, moda circular, precificação e acesso a mercado.

No campo da empregabilidade, a atuação tem sido igualmente estratégica. “O Instituto atua como elo entre pessoas em situação de vulnerabilidade social e o mercado formal, especialmente por meio da rede da C&A Brasil, mas também para além do varejo”, explica. O programa IC&A de Portas Abertas, por exemplo, formou mais de setecentas pessoas em 2024, com trilhas práticas voltadas ao varejo e ao visual merchandising. Desses egressos, cerca de 20% foram contratados pela C&A ou por seus parceiros.

Por isso, o IC&A FashionLab é uma das iniciativas mais robustas e necessárias — no ano passado, mais de quarenta marcas autorais participaram, e cerca de 60% relataram aumento na estruturação de processos e na geração de renda. Para os próximos anos, a meta é crescer com responsabilidade: “Temos um planejamento para escalar esse processo, criando versões regionais e temáticas. A ideia é evoluir para uma metodologia que permita aos beneficiados consolidar modelos de negócio sustentáveis e de impacto social, com um nível maior de maturidade do negócio.”

Conciliar diversidade e justiça social em um setor ainda marcado por exploração e impactos ambientais é um desafio. “Trabalhamos com parceiros estratégicos para garantir que cada projeto avance na construção de modelos de moda que respeitem limites sociais e ambientais. Em 2024, 66% dos projetos apoiados pelo Programa de Voluntariado foram em parceria com ONGs.”

Tudo isso também atravessa a intenção de comunicação do Instituto C&A, que usa o podcast Quero Viver de Moda. E Agora? para desmistificar esse universo e apresentar possibilidades de carreira além da figura clássica do estilista. Já são mais de 100 mil ouvintes alcançados. E a Stories Collective, que você lê aqui e também pode acompanhar pelo site e pelas redes sociais, é outro exemplo: “Esses conteúdos ajudam a desconstruir barreiras de acesso à informação e oportunidades, principalmente para pessoas em início de carreira”, diz Cyntia.

Com tantos projetos em andamento e resultados expressivos, o Instituto C&A já avalia novos rumos para os próximos anos. “Estamos analisando a estratégia de atuação e entendendo, a partir de indicadores e da maior aproximação ao negócio, como podemos ser mais assertivos e garantir maior impacto tanto em profundidade quanto em escala.” O que já está claro é que o voluntariado seguirá como pilar da atuação, assim como a inclusão produtiva como compromisso inegociável.

Mais do que um slogan institucional, a proposta “construir novos futuros por meio da moda”, portanto, tem se mostrado um projeto consistente, que muda vidas e ressignifica o papel da indústria. Por um futuro onde a moda seja ponte — e não barreira — para quem sempre esteve à margem.

Previous
Previous

Questions for: Maria Carvalhosa

Next
Next

Questions For: Rahel De Vriend